1964

  • Radamés cumpre nova turnê pelo exterior com o amigo Iberê Gomes Grosso, apresentando-se em duo de violoncelo e piano. A excursão passa por Berlim, Roma, Tel Aviv e Jerusalém.

 

 

  • Em 16 de março, em Recife (PE), acontece a primeira audição mundial do Concerto nº 3 (seresteiro) para piano e orquestra (1961/62), de Radamés Gnattali, com a Orquestra Sinfônica Municipal, sob a regência do maestro Vicente Fittipaldi. Ao piano, o autor.

 

  • A gravadora CBS lança o elepê  RETRATOS  Jacob e seu Bandolim com Radamés e orquestra, apresentando Retratos para bandolim solista, conjunto de choro e orquestra de cordas (1956), suíte  dedicada ao bandolinista Jacob Bittencourt, em que Radamés homenageia 4 grandes mestres da música brasileira: Pixinguinha, Ernesto Nazareth, Anacleto de Medeiros e Chiquinha Gonzaga. Regência do autor. Na face B, Radamés interpreta, ao piano, choros e valsas de sua autoria, como CanhotoVaidosa nº 1 e 2Noturno, Uma Rosa para o PixinguinhaMoto contínuo, Maneirando, Por que?.

 

Jacob Bittencourt e Radamés Gnattali.

RETRATOS  Jacob e seu Bandolim com Radamés e orquestra (CBS – 60099)

 

  • A CBS lança o long-play Pobre menina rica, de Carlos Lyra e Vinícius de Moraes (do musical de 1963), com arranjos e regência de Radamés Gnattali [1].

 

  • Radamés compõe:
    • Concertino para bandolim e orquestra de câmara – dedicado a Jacob Bittencourt
    • Concertino para saxofone alto e orquestra de câmara
    • Concerto carioca nº 2 para piano, contrabaixo e bateria, com orquestra de câmara
    • Concerto para quarteto de cordas e orquestra de câmara- dedicado ao Quarteto da UFRJ (finalizado em 1965)
    • Maria Jesus dos Anjos (Cantata umbandista) para coro, orquestra e narrador [2] – com texto de Alberto de Castro Simoens da Silva [Bororó] (finalizada em 1965)
    • Moto contínuo nº 1 para piano
    • Uma rosa para o Pixinguinha (valsa) para piano
    • Uma rosa para o Pixinguinha (valsa) para dois violões

 

Concertino para saxofone alto
e orquestra de câmara

 

  • Morre, durante o Carnaval, o compositor Ary Barroso.

 

  • Em dezembro, no Rio de Janeiro, estreia o show Opinião [3], com Nara Leão, Zé Kéti e João do Vale.

 

  • Glauber Rocha, um dos principais nomes da nova geração de cineastas brasileiros lança, no Rio de Janeiro, o filme Deus e o Diabo na Terra do Sol, com músicas do compositor Sérgio Ricardo.

 

  • Na madrugada entre 31 de março e 1º de abril, um golpe de estado civil-militar, com apoio do governo dos EUA, derruba o presidente eleito João Goulart, que se exila no Uruguai. Assume a Presidência da República o marechal Humberto de Alencar Castelo Branco. No mesmo ano, as greves são proibidas e uma onda de prisões e cassações toma conta do país. A partir daí, dá-se o tiro de misericórdia na PRE-8, Rádio Nacional, com o afastamento de “67 dos seus profissionais, além de colocar sob investigação 81 outros, dos quais (…) um demitido.” [4]

[1] Fonte: Hemeroteca da Biblioteca Nacional – Última Hora de 17/12/1964

[2]   Anotações da capa: “Pontos tratados livremente por Radamés, Bororó, Jerônimo Souza e Rubem Ferreira. Os pontos de Jerônimo de Souza e Rubem Ferreira  são da Tenda  Espírita Pai Jerônimo, culto fetichista afro-brasileiro”.

[3] O show Opinião teve direção de Augusto Boal e textos de Oduvaldo Vianna Filho (Vianinha), Armando Costa, Paulo Pontes e Ferreira Gullar. Após um curto período, Maria Bethânia substituiu Nara Leão no espetáculo.

[4] Saroldi, Luis Carlos. Moreira, Sônia Virgínia. Rádio Nacional – O Brasil em Sintonia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2005.