1943

  • Após a morte do professor e maestro Alexandre Gnattali, em 1942, sua esposa Adélia e seus filhos, Aída, Alexandre e Maria Terezinha, deixam Porto Alegre e transferem-se definitivamente para o Rio de Janeiro.

 

  • Às 21h35 do dia 6 de janeiro estreia, na Rádio Nacional, o programa Um milhão de Melodiassob o patrocínio de Coca-Cola Refrescos S.A [1] . Radamés é convidado a assumir a direção musical do programa, atuando como pianista, arranjador e regente da orquestra. Inicialmente criado para lançar o refrigerante no Brasil o programa, comandado por José Mauro, permanece 14 anos no ar. Para atender à diversidade de repertório exigida pelo novo programa, Radamés amplia a orquestra da casa à dimensão de uma sinfônica; completa os naipes das madeiras, metais, saxofones e cordas a arco, introduz a harpa, celesta e tímpanos. Na base rítmico-harmônica, dando sustentação a essa massa sinfônica, piano, percussão e um regional de choro completo [2].

 

A grande orquestra da Rádio Nacional, dirigida por Radamés, ensaia para o programa ‘Um  Milhão de Melodias’.

 

Um milhão de melodias

 

Abertura do programa Um Milhão de Melodias (prefixo de  Radamés Gnattali)

 

  • O pianista Arnaldo Estrela vence o concurso Columbia Concerts e, como prêmio, viaja aos Estados Unidos, onde se apresenta com as orquestras de Chicago, Washington e Filadélfia. No repertório, o Concerto nº 2 para piano e orquestra (1936), de Radamés Gnattali. Na Filadélfia, o maestro Eugene Ormandy, que dirigiu o concerto, escreve a Radamés no alto da partitura: “For Mr. Gnattali, with admiration for this excellent concerto.”  

 

 

  • Radamés, que trabalhava na gravadora Victor desde 1933, transfere-se para a Continental (fundada nesse mesmo ano) e grava os choros Remexendo e Assim é melhorde sua autoria, com um quarteto de saxofones formado por Zacarias, Quincas, Coruja e Sandoval.

 

  • Ainda neste ano, a gravadora Victor lança, de Radamés, o choro Tristonho e a valsa Entardecer, com a Orquestra Típica Victor.

 

 

  • Radamés compõe:
    • Canadiana para grande orquestra – sobre temas folclóricos do Canadá, em homenagem ao amigo Jan Zach, pintor canadense. 
    • Quarteto nº 2 para 2 violinos, viola e violoncelo – dedicado à Mina, apelido de Vera, sua primeira esposa.

 

 

  •  Nasce, em São Luiz (MA), o violonista Turíbio Santos (Turíbio Soares Santos), a quem Radamés dedica o primeiro dos Estudos para violão (1967), a Brasiliana nº 13 (1983) e a Pequena suíte (1985).

 

  • Morre, nos EUA, Rachmaninoff (Sergei Vasilievich Rachmaninoff), a quem Radamés admirava como um dos três maiores compositores do século XX, junto com Ravel e Béla Bartók.

 

  • Estreia, no Rio de Janeiro, a peça Vestido de Noiva, de Nelson Rodrigues, um marco na história do moderno teatro brasileiro.

 

  • O governo promulga a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que regulamentou as relações entre patrões e empregados.

 

 

[1] Fonte: Hemeroteca da Biblioteca Nacional – A Noite, 6 de janeiro de 1943  (Ver 1937, notas 1 e 2)

[2] A base rítmico-harmônica da Orquestra Brasileira de Radamés era assim formada: Radamés (piano), José Menezes, Garoto e Bola Sete (cavaquinho e 2 violões), Pedro Vidal Ramos (contrabaixo), Luciano Perrone (bateria e tímpanos), João da Baiana (pandeiro), Heitor dos Prazeres (caixeta ou prato e faca), Bide (ganzá).