1937

  • Primeira audição da Sonata nº 1 para violoncelo e piano (1935), de Radamés Gnattali, na Escola Nacional de Música, no Rio de Janeiro, executada pelo violoncelista Iberê Gomes Grosso (a quem a peça é dedicada), acompanhado ao piano pelo autor.

 

 

 

Sonata nº 1 para violoncelo e piano
I. Movido 
(trecho)
Antonio Del Claro, violoncelo
Glacy Antunes de Oliveira, piano
(Paulus – 11558-4. São Paulo, 1997)

 

  • Em sua edição de 14 de abril, o jornal Correio da Manhã publica o resultado do “CONCURSO DE COMPOSIÇÃO DE SUÍTES PARA PIANO”, de 1936, realizado pela Associação dos Artistas Brasileiros. O prêmio de melhor composição é concedido em chave, empatados, a Radamés Gnattali, pela suíte Valsa, Modinha e Jongo [1] e a Brasílio Itiberê, pela suíte Invocação, Coral e Dança. O júri foi constituído pelos compositores Lorenzo Fernandes e Francisco Mignone, o crítico musical e professor Octavio Bevilacqua, o presidente da A.A.B. Andrade Muricy e a pianista Noemi Coelho Bittencourt.

 

  • Primeira audição mundial do Concerto nº 2 para piano e orquestra (1936), de Radamés Gnattali, na Rádio Nacional do Rio de Janeiro, tendo como solista o pianista Arnaldo Estrela, com a orquestra sinfônica da rádio sob a regência do autor.

 

  • Revista Turismo organiza o programa Meia Hora de Música Brasileira, com a orquestra do maestro Simon Bountman, transmitido ao mundo inteiro pela Rádio Nacional. Com arranjos de Radamés, são apresentadas as músicas Cidade Maravilhosa, de André Filho, Carinhoso, de Pixinguinha, No Tabuleiro da Baiana, de Ary Barroso, e, em primeira audição, a Fantasia Brasileira [nº 1] para piano e orquestra, do próprio Radamés. Esta última teve a sua partitura editada e distribuída pela Revista Turismo para todas as embaixadas e delegações do Brasil no exterior.

 

  • A gravadora Victor lança, de Radamés, os choros Cabuloso Recordando com o Trio Carioca, formado por Luiz Americano (clarinete), Radamés Gnattali (piano) e Luciano Perrone (bateria). 

 

  • Radamés utiliza pela primeira vez, a pedido do jovem cantor Orlando Silva, uma orquestra de cordas nos arranjos das músicas Lábios que beijei Juramento falso, ambas de J. Cascata e Leonel Azevedo. Apesar das críticas dos puristas aos arranjos considerados americanizados Orlando vende milhares de discos.

 

Radamés compõe:

    • Fantasia brasileira [nº 1] para piano e orquestra 
    • Lenda nº 2 para violino, violoncelo e piano
    • Modinha para canto e piano – sobre poema de Manuel Bandeira – dedicada à Christina Maristany
    • Três miniaturas [valsa, modinha e jongo] – suíte para piano (partitura não localizada, citada em jornais da época) [2] 

 

  • Nasce, no Rio de Janeiro (RJ), o bandolinista e compositor Joel Nascimento, a quem Radamés dedica, entre outras obras, o Concerto para bandolim e orquestra de cordas, em 1985.
  • Morre, em Paris, o compositor Maurice Ravel (Maurice Joseph Ravel), a quem Radamés admirava como um dos três maiores compositores do século XX, ao lado de Rachmaninoff e Béla Bartók.
  • Morre, em Beverly Hills (Califórnia, EUA), o compositor George Gershwin.

 

  • O radioteatro, que até então apresentava pequenos diálogos humorísticos, passa a irradiar peças completas na Rádio Nacional.

 

  • Tem início o Estado Novo. Getúlio Vargas fecha o Congresso e assume poderes ditatoriais. Uma nova constituição, a chamada Polaca, com características fascistas, é imposta ao país.

 

[1] Fonte: Hemeroteca da Biblioteca Nacional – Correio da Manhã, 14/04/1937 

[2] Fonte: Hemeroteca da Biblioteca Nacional – Correio da Manhã,   “Recital do pianista Arnaldo Estrella” –  17/08/1937  ;  Prêmio de piano  Associação dos Artistas Brasileiros –  10/09/1938