O Sexteto Radamés Gnattali excursiona pela Europa durante 3 meses, integrando a III Caravana Oficial de Música Popular Brasileira [1].
Sexteto Radamés Gnattali: na foto abaixo, ao piano, Radamés, líder e arranjador do conjunto; sua irmã Aída Gnattali (segundo piano), José Menezes (violão elétrico) e Edu da Gaita, em participação especial, nessa turnê. Ao fundo, da esquerda para a direita: Pedro Vidal (contrabaixo), Luciano Perrone (bateria) e Chiquinho do Acordeom. Na ponta, o compositor Luiz Bandeira, convidado a participar da caravana como cantor. Não está na foto o teatrólogo Joraci Camargo (1898-1973), que acompanhou o grupo como roteirista e mestre de cerimônias. O autor da peça Deus lhe pague tinha a função de, durante os concertos, levar o ouvinte europeu a compreender certas características da música popular brasileira, sem didatismo, com textos interessantes e pontuais.
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Diário da Manhã (Lisboa, Portugal)
O programa Ondas e Estrelas (uma parceria da Rádio Nacional com a TV Rio – canal 13) transmite diretamente da Sala Leopoldo Miguês, da Escola Nacional de Música da UFRJ, concerto da Orquestra Sinfônica da Rádio Nacional. No programa, duas obras de Radamés Gnattali: o bailado O Negrinho do Pastoreiopara orquestra, com regência do autor, e Brasiliana nº 6 – concerto para piano e orquestra, com regência de Ercole Varetto, tendo Radamés como solista. (Fonte: Diário Carioca, RJ, de 24/01).
Radamés grava na Continental o elepê Segredo para dois, com orquestra e coro, contendo sucessos do cancioneiro popular brasileiro.
A Odeon lança o elepê Radamés na Europa, com seu Sexteto e Edu – vol.1.
Radamés compõe:
Brasiliana nº 9 – para violoncelo e orquestra de câmara (finalizada em 1961) – dedicada a Paulo Santos
O negrinho do pastoreio (bailado) para grande orquestra [2]
Sonatina coreográfica (quatro movimentos dançantes) para dois pianos (do original para piano solo, de 1950)
Sonatina para flauta e orquestra de cordas [3] (transcrita da Sonatina para flauta e violão – ou piano –, de 1959)
Três movimentos para pequena orquestra (extraído da Sonatina para violão e piano, de 1957)
Estreia da peça A mais valia vai acabar seu Edgar, de Oduvaldo Vianna Filho, com músicas de Carlos Lyra, no Teatro de Arena da Faculdade de Arquitetura. É o nascimento da canção popular de protesto.
O filósofo Jean-Paul Sartre e sua esposa, a escritora Simone de Beauvoir, visitam o Brasil e são homenageados pelo governo federal.
No dia 21 de abril dá-se a inauguração de Brasília, a nova capital do Brasil. O Rio de Janeiro, antigo Distrito Federal, passa a se chamar Estado da Guanabara.
Jânio da Silva Quadros, apoiado por uma coligação de partidos conservadores, é eleito presidente da República. Para vice-presidente é eleito João Goulart, do PTB (Partido Trabalhista Brasileiro).
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[1] O Sexteto Radamés Gnattali apresenta-se em Lisboa (Portugal), nos teatros São Luís e São Carlos. Neste último, Radamés apresenta o seu Concerto nº 1 para harmônica de boca e orquestra de câmara, tendo Eduardo Nadruz (Edu da Gaita) como solista da Orquestra Sinfônica do Conservatório de Música do Porto, com regência do autor. O Sexteto segue para a cidade do Porto e Coimbra. Na França, apresenta-se no Anfiteatro Richelieu, na Sorbonne, no Conservatório Nacional e na Rádio e TV Francesa, em Paris. Em Londres, apresenta-se na BBC, no Wigmore Hall, na Universidade de Oxford e no Royal College of Art. Em Roma, apresenta-se na TV Italiana e em casarões de cultura. Leia mais : revista Radiolândia nº294 de 21/11/1959 (pg. 25)(pg. 26) (pg. 27)(pg. 56) (fonte: Hemeroteca da Biblioteca Nacional)
[2] Anotação da 1ª página “Do livro ‘Contos gauchescos e lendas do sul’, de J. Simões Lopes Neto”.
[3] Anotação de capa: “Gravado em disco Capitol em Los Angeles por Marthim Rutherman (flauta) e Laurindo Almeida (violão) em 1960”. Fica a dúvida se a nota se refere à gravação da sonatina em sua forma original, para flauta e violão.
Radamés recebe o título de Cidadão Carioca em sessão plenária da Câmara do Distrito Federal do dia 29 de outubro de 1959.
Realizado, em julho, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, o Festival Radamés Gnattali, promovido pela Orquestra Sinfônica Brasileira. No programa, em primeira audição mundial, o Concerto para harpa e orquestra de cordas (1957), executado pelo harpista Gianni Fumagalli; a Brasiliana nº 3 (sinfonia)para orquestra; o Concerto nº 1 para Violino e Orquestra (1947), tendo como solista o violinista Anselmo Zlatopolsky, sob a regência do autor.
Concerto para harpa e orquestra de cordas I – Allegro (trecho)
Orquestra Sinfônica Brasileira
Gianni Fumagalli, harpa
Radamés Gnattali, regente (Festa Irineu Garcia – IG – 1007)
A gravadora Festa lança 3 discos com obras de Radamés:
–Dois concertos de Radamés Gnattali : Concerto para harpa e orquestra de cordas ; Concerto nº 1 para violino e orquestra. – Radamés Gnattali : Concerto para harmônica de boca e orquestra ; Brasiliana nº 3 (sinfonia) para orquestra. – Villa-Lobos / Radamés Gnattali – com o duo Iberê Gomes Grosso (violoncelo) e Radamés Gnattali (piano) :Sonata nº 2 de Villa-Lobos ; Sonata nº 1 para violoncelo e piano e Flor da noite, ambas de Radamés.
Iberê Gomes Grosso e Radamés Gnattali.
Morre, no Rio de Janeiro (RJ), o compositor, instrumentista e maestro Heitor Villa-Lobos.
Villa–Lobos e Gnattali Foto: Arquivo MIS
Radamés compõe:
Carioca (choro) parasaxofone alto e piano, com acompanhamento de guitarra elétrica, bateria e contrabaixo (partitura não localizada)
Devaneio (fox) para saxofone alto e piano, com acompanhamento de guitarra elétrica, bateria e contrabaixo
Insistência (Sempre a sonhar) para saxofone alto e piano, com acompanhamento de guitarra elétrica, bateria e contrabaixo
Monotonia (samba-canção) para saxofone alto e piano, com acompanhamento de guitarra elétrica e contrabaixo
Nostalgia (valsa) para saxofone alto e piano, com acompanhamento de guitarra elétrica e contrabaixo (partitura não localizada)
Noturnos para orquestra de cordas e piano (do original Quatro noturnos para quarteto de cordas e piano, de 1958)
Penumbra (fox) para saxofone alto e piano, com acompanhamento de violão, contrabaixo, bateria (partitura não localizada)
Poema nº 2 para violino e orquestra de câmara – dedicado a Anselmo Zlatopolsky
Romance (samba-canção)para saxofone alto e piano, com acompanhamento de violão, contrabaixo, bateria (partitura não localizada)
Sonatina para flauta e violão (ou piano) [1]
Valsa, samba-canção e choro – para violino com acompanhamento de dois violões, pandeiro e orquestra de cordas – dedicados ao violinista Irany Pinto
Valsa triste para saxofone alto e piano, com contrabaixo
É lançado pela Odeon o primeiro elepê de João Gilberto, Chega de Saudade, com arranjos e direção musical de Tom Jobim, considerado um dos marcos inaugurais da bossa nova.
Após uma ausência de 15 anos, o compositor Cartola volta a divulgar suas músicas, reintegrado ao meio musical por intermédio do jornalista Sérgio Porto.
Em 1º de janeiro dá-se a vitória da Revolução Cubana, comandada por Fidel Castro.
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[1] Radamés compôs, tardiamente, na década de 1980, uma parte nova de piano, dedicando-a ao duo Norton Morozowicz (flauta) e Laís de Souza Brasil (piano).
A Orquestra Sinfônica Brasileira apresenta o Festival Radamés Gnattali. Edu da Gaita executa, em primeira audição mundial, o Concertino para harmônica de boca e orquestra de câmara (1956), a ele dedicado. O programa inclui, ainda, a Brasiliana nº 6 – concerto – para piano e orquestra (1954), a Sinfonia popular (1956) e o Concertino para piano, flauta e orquestra de cordas (1942), executado por Radamés Gnattali ao piano, e com a participação do flautista Moacyr Lissera, sob a regência do maestro Armando Belardi.
Radamés grava, na Todamérica, a Brasiliana nº 7 para piano e saxofone tenore a Brasiliana nº 8, para dois pianos, ambas compostas em 1956. O elepê é lançado em dezembro deste ano.
Sandoval Dias e Radamés Gnattali gravam a Brasiliana nº 7.
Duo Radamés e Aída Gnattali gravam a Brasiliana nº 8
Na gravadora Continental, Radamés grava o elepê Radamés em ritmo de samba – Radamés e sua orquestra.
Radamés compõe:
Dança brasileira, para violão – dedicada a Laurindo Almeida.
Negrinho do pastoreio (bailado)para dois pianos
Quatro noturnos para quarteto de cordas e piano
Estreia no Rio de Janeiro, no Teatro de Arena, a peça Eles Não Usam Black-Tie, de Gianfrancesco Guarnieri.
Jorge Amado lança, com enorme sucesso, o livro Gabriela, cravo e canela.
Publicado em São Paulo o Manifesto Concretista, do grupo dos poetas Haroldo de Campos, Augusto de Campos e Décio Pignatari.
A seleção brasileira sagra-se campeã do mundo na Suécia.
Os Estados Unidos lançam no espaço o seu primeiro satélite artificial.
A Continental lança o elepê Valsas da minha terra com Radamés Gnattali e sua orquestra, e arranjos de sua autoria para valsas brasileiras célebres.
Os irmãos Alexandre e Radamés Gnattali assinam a direção musical do filme Rio Zona Norte, de Nelson Pereira dos Santos, com canções do compositor e sambista Zé Kéti (José Flores de Jesus). Este filme é considerado um dos marcos que fundaram o ‘cinema novo’, movimento artístico surgido na década de 1960, que revolucionou o cinema brasileiro.
Ainda nesse ano, Radamés assina a direção musical dos seguintes filmes: O noivo da girafae Chico Fumaça, ambos dirigidos por Victor Lima, estrelados por Amácio Mazzaropi ; Na corda bamba, dirigido por Eurides Ramos, para o qual compõe a canção As Melindrosas (com Meira Guimarães) ; O Barbeiro que se vira, também de Eurides Ramos, para o qual compõe Abolição (dobrado), Baile no Galpão (ranchera), Mestre Filó (polca) e Tá no Ré (maxixe).
Radamés compõe:
Concertino nº 3 para violão e orquestra com flauta, bateria (c/ tímpanos e bells) – dedicado a José Menezes
Concerto para harpa e orquestra de cordas – dedicado ao harpista Gianni Fumagalli
Sonatina para violão e piano (finalizada em 1958) – dedicada a Dilermando Reis
Morre, no Rio de Janeiro (RJ), o violonista Tute (Artur de Souza Nascimento), o primeiro a utilizar um violão de sete cordas no conjunto regional de choro, no início do século XX.
Com 16 anos, Pelé (Edson Arantes do Nascimento, 1940), estreia na seleção brasileira de futebol.
A União Soviética lança no espaço o Sputnik, primeiro satélite artificial do mundo.
Em comemoração ao seu cinquentenário, Radamés Gnattali é homenageado na Rádio Nacional com uma grande festa e um concerto com obras de sua autoria, além da inauguração de um estúdio com o seu nome.
Radamés regendo a orquestra da Rádio Nacional. Da esquerda para a direita, vê-se o locutor Cesar Ladeira, Garoto (com o cavaquinho) e os violonistas José Menezes e Bola Sete. Ao lado do piano, o locutor Aurelio de Andrade. (Foto: Arquivo MIS)
Primeira audição mundial da Sinfonia Popular [nº 1] no Theatro Municipal de São Paulo, com a Orquestra Municipal sob a regência do maestro Armando Belardi e, em seguida, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, com a Orquestra Sinfônica Brasileira sob a regência do maestro Leo Peracchi.
Sinfonia Popular [nº 1]
A Rádio Nacional reestreia o programa Cancioneiro Royal, com roteiro de Paulo Tapajó e arranjos e regência de Radamés Gnattali. O programa apresenta aspectos da música popular e folclórica brasileira [1].
Em setembro, a Rádio Nacional comemora o seu 20º aniversário em grande gala, realizando o Festival de Música Brasileira no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, com direção geral de Paulo Tapajós. O programa conta com a participação da Orquestra e Coro da Rádio Nacional e o seu grande elenco de cantores e cantoras, locutores e músicos solistas, como Jacob do Bandolim, José Menezes, Raul de Barros, Abel Ferreira, Chiquinho do Acordeom, entre outros, com arranjos de Radamés Gnattali e regências de Radamés e Romeu Ghipsman.
Radamés grava na Continental a Suíte popular brasileira para violão elétrico e piano (1953), de sua autoria. A gravação é feita em play-back (recurso técnico que acabara de estrear no Brasil); Radamés grava o piano no Rio de Janeiro e a fita é enviada aos Estados Unidos, para que Laurindo Almeida (a quem a peça é dedicada) sobreponha a parte de violão.
A gravadora Continental lança, de Radamés, o choro Bate-papo a três vozes, interpretado por Radamés (piano), Pedro Vidal (contrabaixo) e Luciano Perrone (bateria).
Radamés compõe:
Brasiliana n° 7 para saxofone tenor e piano – dedicada ao saxofonista Sandoval de Oliveira Dias
Brasiliana nº 8 para dois pianos
Concertino [nº 1] para harmônica e orquestra de câmara – dedicado a Edu da Gaita
Retratos, para bandolim solista, conjunto de choro e orquestra de cordas [2]– dedicado a Jacob do Bandolim
Sinfonia popular [nº 1] para grande orquestra
Estreia a peça Orfeu do Carnaval, de Vinicius de Moraes, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, com direção de Leo Jusi. A peça marca o início da parceria Antônio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes.
João Guimarães Rosa escreve Grande Sertão: Veredas.
Juscelino Kubitschek toma posse na Presidência da República. Com base em seu Plano de Metas, empreende diversas realizações desenvolvimentistas. Uma delas é a transferência da capital federal para Brasília.
[2]Retratos: peça estruturada em quatro partes em que Radamés homenageia quatro grandes fundadores da música popular brasileira: I. Pixinguinha; II. Ernesto Nazareth; III. Anacleto de Medeiros; IV. Chiquinha Gonzaga. Para elaborar os seus retratos, Radamés extrai com muita sutileza elementos temáticos essenciais de composições célebres desses autores sem, no entanto, citar literalmente qualquer dessas músicas.
Acontece, em 19 de junho, no ginásio do Estádio Municipal do Pacaembu (SP), o 8º Festival de Música Brasileira, promovido pela Rádio Record em colaboração com a Rádio Nacional do Rio de Janeiro, e organizado por Paulo Tapajós e Radamés Gnattali. No programa, entre outras atrações, o duo de pianos Radamés e Aída Gnattali, que executa peças de Ernesto Nazareth com arranjos de Radamés. O duo apresenta, ainda, uma versão para dois pianos da Fantasia Brasileira nº1(do original para piano e orquestra, de 1937), sob a regência do maestro Gabriel Migliori.
Revista do Rádio (RJ) > 30/07/1955
por Arnaldo Câmara Leitão
(continuação)
Realiza-se, em São Paulo (SP), a Soirée de Gala Antártica da Rádio Gazeta (série de audições com notáveis compositores brasileiros), apresentando o Festival Radamés Gnattali. No programa, Suíte de Quadros Brasileiros [1],Três Valsas para piano [2] e Brasiliana nº 6 (concerto) para piano e orquestra (1954), com regência do maestro Armando Belardi. Ao piano, o autor.
Cedido pela Continental, Radamés grava na Sinter, de sua autoria, com participação do baterista Luciano Perrone, o Samba em três andamentos, para piano, orquestra de cordas e percussão típica das escolas de samba do Rio de Janeiro (1948). A obra foi rebatizada mais tarde com o nome de Brasiliana nº 2.
Brasiliana nº 2(Samba em três andamentos) –
para bateria e piano, com orquestra de cordas e percussão popular brasileira I – Samba de Morro (trecho) Orquestra de cordas e ritmo da gravadora Sinter
Lyrio Panicalli, regente
Luciano Perrone, bateria
Radamés Gnattali, piano
A Sinter lança o elepê Ecos do Brasil, apresentando Radamés ao piano, com acompanhamento de contrabaixo e percussão, interpretando os sambas Cai-Cai, Estão batendo, Mundo de zinco e o maxixe Rio antigo.
A gravadora RCA Victor lança o choro Conversa mole, de Radamés, interpretado por Canhoto e seu Regional.
Elizeth Cardozo grava, na Copacabana, o samba Pra que me iludir, de Radamés Gnattali e Norival Reis.
A gravadora Sinter lança a valsaVaidosa (1947), de Radamés, com o autor ao piano.
A gravadora Continental reedita em elepê fonogramas de 78 rpm gravados em 1951, com músicas de Noel Rosa interpretadas por Aracy de Almeida. Arranjos, piano e regência de Radamés.
Radamés assina a direção musical do filme Rio 40 Graus, de Nelson Pereira dos Santos, com Glauce Rocha, Jesse Valadão e grande elenco. Músicas de Zé Kéti (A voz do Morro), Moacyr Soares Pereira, João Batista da Silva, entre outros.
Ainda em 1955, assume a direção musical dos filmes Angu de Caroço e O Diamante, ambos de Eurides Ramos ; O grande pintor e O feijão é nosso, ambos de Victor Lima ; Eva no Brasil, de Pierre Caron.
Radamés compõe:
Brasiliana nº 9 – para violoncelo e Sexteto Radamés Gnattali [3] (obra inacabada)
Capoeirando (choro) para piano
Por quê? (choro) para piano
Morre, aos 40 anos, no Rio de Janeiro (RJ) o violonista e compositor Garoto (Aníbal Augusto Sardinha, 1915-1955).
O mineiro Juscelino Kubitscheck de Oliveira, do PSD, ex-governador de Minias Gerais, é eleito presidente do Brasil.
Francisco Julião legaliza as Ligas Camponesas do Nordeste.
Na Argentina, o presidente Juan Domingo Perón é deposto por um golpe militar.
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[1] A Suíte de quadros brasileirosnão foi localizada no arquivo particular de Radamés. A peça está citada em programas e livros, porém, não foi encontrada. É possível que seja a Sonatina Coreográfica, também designada como Quatro movimentos dançantes.
[2] Não há, no arquivo particular de Radamés, nenhum título como Três Valsas. Na ocasião, Radamés deve ter executado três valsas das várias que compôs, juntando-as sob esse título genérico.
[3] Para Sexteto Radamés Gnattali, consulte o Glossário.
Morre no Rio de Janeiro (RJ) Adélia Fossati Gnattali, mãe de Radamés.
‘Minha mãe era dona de casa, fazia todo o serviço e ainda tinha tempo pra ensinar música para os filhos. Era uma mulher extraordinária (,,,) tinha uma intuição musical fabulosa’.
‘Quando os maestros se encontram, os músicos se f…!’, parodiavam os músicos da orquestra da PRE-8, referindo-se ao programa Quando os Maestros se Encontram, estreado em julho, que reunia os maiores regentes e arranjadores da Rádio Nacional. Na foto abaixo, alguns dos legendários arranjadores daquela época: a partir da esquerda, Alexandre Gnattali, Romeu Ghipsman, Ercole Vareto, Radamés Gnattali e Leo Peracchi.
O trombonista Waldemar Moura estreia a Fantasia Brasileira n.º 4 (1953), de Radamés Gnattali, no programa Quando os Maestros se Encontram, na Rádio Nacional do Rio de Janeiro.
Radamés grava dois elepês, ambos pela gravadora Continental: Ernesto Nazareth, com solos de piano e celesta e acompanhamento de orquestra de cordas; Jóias Musicais Brasileiras, com orquestra, contendo músicas famosas do cancioneiro popular brasileiro, como Norancho fundo (Ary Barroso e Lamartine Babo), Carinhoso (Pixinguinha e João de Barro), Linda flor (Henrique Vogeler e Marques Porto), entre outras.
A gravadora Continental lança, ainda neste ano, o elepê Sinfonia do Rio de Janeiro, de Tom Jobim e Billy Blanco, com orquestrações e regência de Radamés Gnattali.
A gravadora Columbia lança um elepê com o Quarteto Popular (1940/41), de Radamés, interpretado pelo Quarteto de Cordas Oficial da Escola Nacional de Música.
Radamés compõe:
Brasiliana nº 6 – concerto, para piano e orquestra
Suíte brasileira – danças – para piano, guitarra elétrica, contrabaixo e bateria solistas, com orquestra (transcrição adaptada da Suíte popular brasileira para violão elétrico e piano, de 1953)
Surge a Revista da Música Popular, editada por Lúcio Rangel, com participação de Ary Barroso, Sérgio Porto, Manuel Bandeira, entre outros.
A Cia. Cinematográfica Vera Cruz encerra suas atividades.
A cidade de São Paulo completa quatrocentos anos de fundação.
A miss Brasil Martha Rocha deixa de vencer o concurso de Miss Universo, realizado em Long Beach (Califórnia, EUA), sob a alegação de que teria duas polegadas a mais nos quadris.
Em 5 de agosto, no Rio de Janeiro (RJ), o jornalista e deputado Carlos Lacerda sofre um atentado na Rua Tonelero, em Copacabana, sendo assassinado o major Rubens Vaz, que acompanhava o político. Pela imprensa, Lacerda responsabiliza o governo Vargas. Políticos que apoiam Getúlio acusam Lacerda e o seu partido (UDN) de conspirar contra o governo, insuflando as forças armadas contra Getúlio.
Em 24 de agosto, pressionado pelas denúncias de Carlos Lacerda (sem provas concretas) e pelo alto comando das Forças Armadas, que exigiam a sua renúncia, Getúlio Vargas suicida-se no Palácio do Catete.
Abrindo o 1º concerto sinfônico da Temporada Nacional de Artede 1953, sob os auspícios da Prefeitura do Distrito Federal, o violonista Garoto (Aníbal Augusto Sardinha) executa, em primeira audição mundial, oConcertino nº 2 para violão e orquestra (1951), a ele dedicado, de Radamés Gnattali, com a Orquestra do Theatro Municipal, sob a regência de Eleazar de Carvalho [1]. Segundo Radamés, Garoto realizava alí o sonho maior da sua vida: apresentar-se, no palco do Theatro Municipal acompanhado de sua grande orquestra.
O semanário Carioca (RJ) de 28/03, em sua seção Discoteca, avalia como ótimo o disco Continental C-16.719 com a Fantasia Brasileira (face A) e a Rapsódia Brasileira (samba e baião) (face B), ambas de Radamés Gnattai e Laurindo Almeida, com Radamés e sua Orquestra.
Em comemoração ao 38º aniversário de sua fundação, o Tijuca Tênis Club realiza, na noite de 22 de junho, o “Festival da Música Brasileira”, com participação da grande Orquestra Brasileira da Rádio Nacional, composta por 70 figuras além de cantores e coro, com arranjos e regência de Radamés Gnattali. Composta especialmente para o evento, Radamés apresenta sua Fantasia Brasileira nº3 – para piano e orquestra, com o autor ao piano.
Em 24 de agosto, acontece a 1ª audição mundial do Concerto Carioca [nº1] com José Menezes (violão elétrico), Radamés (piano) e a Orquestra Brasileira da Rádio Nacional, com regência de Alberto Lazolli., no II Festival da Música Brasileira, realizado na sede do Fluminense Football Club do Rio de Janeiro. [2]
No centro do proscênio, da esquerda para a direita, o trio de cordas dedilhadas da Orquestra Brasileira: José Menezes, Garoto e Bola Sete (Djalma de Andrade).
Radamés compõe:
Fantasia brasileira nº 3 para piano e orquestra
Fantasia brasileira nº 4 para trombone, piano, bateria e orquestra – dedicada a Paulo Tapajós. Radamés anota na partitura: “escrita para o trombonista Waldemar Moura e o baterista Luciano Perrone”.
Suíte popular brasileira – para piano e violão elétrico – dedicada ao violonista Laurindo Almeida.
Getúlio Vargas sanciona a Lei nº 2004, que cria a PETROBRAS, coroando de êxito uma campanha popular que mobilizou todas as camadas sociais do país.
Em 4 de outubro, realiza-se no Rio de Janeiro o Festival Radamés Gnattali como parte do Festival de Obras Camerísticas nº 1 no auditório do Ministério da Educação e Saúde. No programa constam duas obras para violoncelo e piano: Sonata [nº 1] (1935) eModinha e Baião(1952), ambas interpretadas por Iberê Gomes Grosso (violoncelo) e Radamés (piano). É apresentado, ainda, o Concertino nº 2para violão e piano (1951), executado por Aníbal Augusto Sardinha (violão) e Radamés (piano).
A gravadora Continental lança, de Radamés Gnattali, os choros Pé ante pée Amigo Pedro, com Vero e seu Conjunto [1], formado por Radamés (piano), Sandoval Dias (saxofone tenor), José Menezes (violão elétrico), Pedro Vidal (contrabaixo).
Radamés assina a direção musical, trilha original e arranjos do filme Tico-Tico no Fubá, de Adolfo Celi, com Tônia Carrero e Anselmo Duarte. A sequência final do filme, chamada Apoteose, com duração de 4 minutos, é um tema com variações sobre a famosa música de Zequinha de Abreu, que dá nome ao filme. As mãos que aparecem no filme, ao piano, são de Radamés.
A gravadora Todamérica lança para o Natal um álbum duplo com a história infantil “Como nasceu Jesus”, poema de Antonio Almeida e Mario Faccini, musicado por Radamés Gnattali, com orquestra e coro da Rádio Nacional. Veja anúncio no jornal Ultima Hora (RJ) de 04/12.
Radamés compõe:
Fantasia brasileira nº 2 – para trompete, piano, bateria e orquestra de cordas – dedicada ao trompetista Marino Pissiali, integrante da orquestra da Rádio Nacional.
Modinha e baião – para violoncelo e piano
Sonatina coreográfica (Quatro movimentos dançantes) para grande orquestra [2] – (do original para piano, de 1950).
Morre, aos 54 anos, o cantor Francisco Alves, o “Rei da voz”, em um desastre de automóvel na rodovia Rio – São Paulo.
É lançada a revista Manchete, dirigida por Adolfo Bloch.
O maestro Eduardo Guarnieri, em tournée pela União Soviética, inclui em seu repertório a Suíte para grande Orquestra, de Radamés Gnattali. Uma transcrição da Suíte para pequena orquestra, de 1940.
Realiza-se, no Teatro Rex, no Rio de Janeiro, o 7º Concerto da Juventude Escolar, promovido pelo Ministério da Educação e Saúde, com a Orquestra Sinfônica Brasileira, sob a regência de Leo Peracchi. No programa, a Brasiliana [nº 1] (1944), de Radamés Gnattali.
Em sequência ao lançamento de 1950, a gravadora Continental lança um segundo álbum com 3 discos e 6 canções de Noel Rosa (sendo duas em parceria com Vadico e uma com Kid Pepe), novamente na voz de Aracy de Almeida, com arranjos de Radamés para sua orquestra.
A gravadora Sinter lança o choro Veludo, de Radamés, interpretado pelo conjunto Os Copacabanas.
Lúcio Alves grava Sábado em Copacabana, de Dorival Caymmi e Carlos Guinle, com acompanhamento de Vero e sua Orquestra [1].
Radamés compõe:
Concertino nº 1 para violão e orquestra de câmara – dedicado à Maria Teresa Terán e Juan Antonio Mercadal
Concertino nº 2 para violão e orquestra de câmara [2] – dedicado a Aníbal Augusto Sardinha (Garoto)
Concertino nº 2 para violão e piano – (redução da parte da orquestra para piano)
Morre nos EUA o compositor Arnold Schöenberg, criador do dodecafonismo.
Surge no Rio de Janeiro (RJ) o jornal Última Hora, fundado por Samuel Wainer.
Em Moscou, o escritor Jorge Amado recebe o prêmio Stalin.
A Sinter lança no Brasil o primeiro Long-play, disco de vinil de 10 polegadas.
Getúlio Vargas volta do exílio, candidata-se à Presidência da República e é eleito presidente do Brasil, pelo voto direto, em eleição democrática.
Início da campanha O Petróleo é nosso, com o objetivo de nacionalizar a extração e o refino de petróleo no Brasil.
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[1]Vero foi o pseudônimo adotado por Radamés (inspirado no nome da esposa, Vera) para atuar na área de música popular. Recurso utilizado por músicos eruditos da época para esconder a verdadeira identidade.
[2] O Concertino nº 2 para violão e orquestra estreou em 1953 no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, interpretado por Garoto, com regência do maestro Eleazar de Carvalho.