1968

  • Morre em Brasília (DF) Ernani Gnattali, irmão de Radamés.

 

  • Realiza-se, em Porto Alegre (RS), em 12 de março, o Festival Radamés Gnattali, no Auditório Araújo Vianna, promovido pela Secretaria Municipal de Educação e Cultura, com a apresentação da Sinfonia popular nº 1 (1956) e do Concertino para harmônica de boca e orquestra de câmara (1956), tendo como solista o harmonicista Edu da Gaita, com acompanhamento da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre sob a regência do autor.

 

  • Radamés é contratado pela Rede Globo de Televisão, onde permanece trabalhando até 1985, quando se afasta por questões de saúde.

 

  • A gravadora Copacabana e o Museu da Imagem e do Som lançam o elepê Pixinguinha 70, gravado ao vivo no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, em comemoração ao aniversário de 70 anos de Pixinguinha (Alfredo da Rocha Vianna Filho). Radamés participa do espetáculo como compositor, arranjador e maestro.

 

Com a chegada de Pixinguinha, Radamés interrompe o ensaio da orquestra para abraçar o amigo aniversariante. Jacob do Bandolim observa.

 

  • A gravadora Festa reedita o elepê Heitor Villa-Lobos / Radamés Gnattali, apresentando o duo Iberê Gomes Grosso (violoncelo) e Radamés Gnattali (piano) interpretando, além da Sonata nº 2 de Villa-Lobos, três obras de Radamés: a Sonata nº 1 (1935), Flor da Noite (1938) e Modinha e Baião (1952).

 

  • A gravadora Codil lança o elepê Radamés Gnattali e Nelly Martins – Piano Duo, com arranjos de Radamés.

 

 

  • Radamés compõe:
    • Concerto nº 2 para harmônica de boca e orquestra de câmara 
    • Quarteto nº 4 para 2 violinos, viola e violoncelo (finalizado em 1969)

 

  • Morre, no Rio de Janeiro (RJ), o poeta Manuel Bandeira, parceiro de Radamés em várias canções de câmara.

 

  • Início do chamado movimento tropicalista, liderado pelos baianos Caetano Veloso, Gilberto Gil, Torquato Neto, Tom Zé, entre outros. O violoncelista e compositor Rogério Duprat engaja-se ao movimento como maestro-arranjador do grupo.

 

  • A canção Sabiá, de Antônio Carlos Jobim e Chico Buarque de Holanda, vence o III Festival Internacional da Canção, no Rio de Janeiro.
    Sob apupos e protestos do público a canção Pra não dizer que não falei de flores, composta e interpretada por Geraldo Vandré classifica-se em 2º lugar, na fase nacional.

 

  • Em São Paulo, a peça Roda Viva, de Chico Buarque, dirigida por José Celso Martinez Correa, é violentamente atacada pelo grupo de extrema-direita CCC (Comando de Caça aos Comunistas). Os atores são espancados e o teatro destruído.

 

  • Após o assassinato do estudante Edson Luís pela polícia carioca, os estudantes organizam passeatas quase diárias contra a ditadura; a maior delas, a Passeata dos Cem Mil, acontece no Rio de Janeiro.

 

  • Em dezembro, o governo edita o AI-5 (Ato Institucional n.º 5) [1].

 

  • É criado o Conselho Superior de Censura, que instituiu a censura prévia atingindo, principalmente, os meios de comunicação, a arte e a cultura.

[1] Considerado um recrudecimento do regime ditatorialAI-5, de 13 de dezembro de 1968, entre outras coisas, suprimiu as garantias individuais dos cidadãos, fechou o Congresso, delegou poderes excepcionais ao presidente da República e estabeleceu o estado de sítio no Brasil.