1956

  • Em comemoração ao seu cinquentenário, Radamés Gnattali é homenageado na Rádio Nacional com uma grande festa e um concerto com obras de sua autoria, além da inauguração de um estúdio com o seu nome.

 

Radamés regendo a orquestra da  Rádio Nacional. Da esquerda para a direita, vê-se o locutor Cesar Ladeira, Garoto (com o cavaquinho) e os violonistas José Menezes e Bola Sete. Ao lado do piano, o locutor Aurelio de Andrade. (Foto: Arquivo MIS)

 

  • Primeira audição mundial da Sinfonia Popular [nº 1] no Theatro Municipal de São Paulo, com a Orquestra Municipal sob a regência do maestro Armando Belardi e, em seguida, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, com a Orquestra Sinfônica Brasileira sob a regência do maestro Leo Peracchi.

 

Sinfonia Popular [nº 1]

 

  • A Rádio Nacional reestreia o programa Cancioneiro Royal, com roteiro de Paulo Tapajó  e arranjos e regência de Radamés Gnattali. O programa apresenta aspectos da música popular e folclórica brasileira [1].

 

  • Em setembro, a Rádio Nacional comemora o seu 20º aniversário em grande gala, realizando o Festival de Música Brasileira no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, com direção geral de Paulo Tapajós. O programa conta com a participação da Orquestra e Coro da Rádio Nacional e o seu grande elenco de cantores e cantoras, locutores e músicos solistas, como Jacob do Bandolim, José Menezes, Raul de Barros, Abel Ferreira, Chiquinho do Acordeom, entre outros, com arranjos de Radamés Gnattali e regências de Radamés e Romeu Ghipsman.

 

Programa, artistas participantes e formação da Orquestra Brasileira da Rádio Nacional, com 81 figuras.

 

  • Radamés grava na Continental a Suíte popular brasileira para violão elétrico e piano (1953), de sua autoria. A gravação é feita em play-back (recurso técnico que acabara de estrear no Brasil); Radamés grava o piano no Rio de Janeiro e a fita é enviada aos Estados Unidos, para que Laurindo Almeida (a quem a peça é dedicada) sobreponha a parte de violão.

 

 

  • A gravadora Continental lança, de Radamés, o choro Bate-papo a três vozes, interpretado por Radamés (piano), Pedro Vidal (contrabaixo) e Luciano Perrone (bateria).

 

  • Radamés compõe:
    • Brasiliana n° 7 para saxofone tenor e piano – dedicada ao saxofonista Sandoval de Oliveira Dias
    • Brasiliana nº 8 para dois pianos
    • Concertino [nº 1] para harmônica e orquestra de câmara – dedicado a Edu da Gaita
    • Retratos, para bandolim solista, conjunto de choro e orquestra de cordas [2] – dedicado a Jacob do Bandolim
    • Sinfonia popular [nº 1] para orquestra sinfônica

 

  • Estreia a peça Orfeu do Carnaval, de Vinicius de Moraes, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, com direção de Leo Jusi. A peça marca o início da parceria Antônio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes.

 

  • João Guimarães Rosa escreve Grande Sertão: Veredas.

 

  • Juscelino Kubitschek toma posse na Presidência da República. Com base em seu Plano de Metas, empreende diversas realizações desenvolvimentistas. Uma delas é a transferência da capital federal para Brasília.

[1] Fonte: Hemeroteca da Biblioteca Nacional –  A Noite, 31/12/1955.

[2] Retratos: peça estruturada em quatro partes em que Radamés homenageia quatro grandes fundadores da música popular brasileira: I. Pixinguinha; II. Ernesto Nazareth; III. Anacleto de Medeiros; IV. Chiquinha Gonzaga. Para elaborar os seus retratos, Radamés extrai com muita sutileza elementos temáticos essenciais de composições célebres desses autores sem, no entanto, citar literalmente qualquer dessas músicas.