
Radamés, em 1936, tendo à frente o microfone da PRE-8, uma espécie de ícone da Era de Ouro do rádio brasileiro.
Foto: Arquivo MIS

A PRE-8 Sociedade Rádio Nacional do Rio de Janeiro foi inaugurada em 12 de setembro de 1936. Contratado, desde logo, como pianista, Radamés passou a arranjador e maestro em pouco tempo.
Foto: arquivo MIS

Foto: arquivo MIS
Orquestra All Star, uma das orquestras da Rádio Nacional em 1936. Era composta por 2 trompetes, trombone, 2 saxofones altos (ou dois clarinetes), saxofone tenor, piano, contrabaixo e bateria. Radamés era o pianista da orquestra e a regência ficava a cargo de Simon Boutman. Ao fundo, na bateria, Luciano Perrone. Nota-se que a orquestra possuía um set de percussão sinfônica completo com tímpanos, gongo, vibrafone, além da bateria.

Foto: Arquivo MIS
Em 1943, Radamés é convidado a dirigir o novo programa musical 'Um Milhão de Melodias', patrocinado pelo refrigerante Coca-Cola, que acabara de instalar sua primeira fábrica no Brasil, no bairo de São Cristóvão, no Rio de Janeiro, Para atender a diversidade de repertório, exigida pelo programa, Radamés propõe à direção da PRE-8 ampliar a orquestra da casa. Autorizado pelo patrocinador surge a 'Orquestra Brasileira de Radamés Gnattali', com estrutura sinfônica, acrescida de um conjunto de choro, com cavaquinho, 2 violões e instrumentos de ritmo. Na foto, Radamés na regência e Garoto, ao violão; ao fundo, vê-se os saxofonisas Sandoval Dias e Aristides Zacarias, e o baterista Luciano Perrone.

Dedicatória: 'À querida comadre Maria, como lembrança do Radamés. Porto Alegre, 1941' // Foto: arquivo Radamés Gnattali
Em março de 1941, Radamés parte para a Argentina com a família e lá permanece um semestre, convidado a colaborar no programa Hora do Brasil, transmitido pela Rádio Municipal de Buenos Aires, em cadeia com a Rádio Nacional de Montevidéu.

Foto: arquivo particular Radamés Gnattali.
Em 1940, Radamés compõe, entre outras peças, o Trio miniatura, o Quarteto popular e as Três miniaturas para orquestra.

Dedicatória: 'Para os queridos pais e irmãos, saudades do Radamés. Rio, 1940'.
O ano de 1940 marca o lançamento em disco comercial da primeira obra de concerto de Radamés: o Quarteto nº 1 - gravadora Columbia.
Foto: arquivo Radamés Gnattali.

Foto: Arquivo MIS
Radamés regendo a orquestra da PRE-8, Rádio Nacional do Rio de Janeiro. Da esquerda para a direita: em primeiro plano, o locutor Cesar Ladeira; Anibal Augusto Sardinha (Garoto), segurando o cavaquinho, e os violonistas José Menezes e Bola Sete. Radamés ao centro e o locutor Aurélio de Andrade.

Foto: Arquivo MIS
Uma comissão de músicos encabeçada por Villa-Lobos e integrada por Oscar Lorenzo Fernandes, Brasilio Itiberê, Arnaldo Estrela e Radamés Gnattali, entre outros, é recebida em palácio pelo presidente Getulio Vargas. Villa-Lobos, na ocasião, lê o memorial dos músicos brasileiros.

Foto: site da Academia Brasileira de Música.
14/07/1945. Fundação da Academia Brasileira de Música.
Em pé, da esquerda para a direita: Florêncio de Almeida Lima, Radamés Gnattali, Andrade Muricy, Eurico Nogueira França, Fructuoso Vinna, Octávio Bevilacqua, Luiz Heitor Corrêa de Azevedo, (não identificado), Oscar Lorenzo Fernandez e Arthur Iberê de Lemos. Sentados: João Octaviano Gonçalves, João Baptista Julião, Heitor Villa-Lobos, João Itiberê da Cunha e Savino de Benedictis.
No ano de sua fundação, a ABM contava com 50 cadeiras, sendo Radamés fundador, ocupante da cadeira 2. Em 22/12/1967 a ABM aprova seu novo estatuto e o número de cadeiras é reduzido para 40, com redistribuição dos seus ocupantes. A partir de então, Radamés passa a ocupar a cadeira nº 3. Na mesma assembleia é conferido a Heitor Villa-Lobos (fundador, cadeira 1) o título post-mortem 'único e excepcional' de Grande Benemérito.

Em 19 de abril, de 1939, o Quarteto Borgerth grava na Columbia o Quarteto nº 1, de 1939. É a primeira peça de música erudita de Radamés a ser registrada em disco. Em 17 de julho, realiza-se a primeira audição pública do quarteto, na Escola Nacional de Música, no Rio de Janeiro.
Foto: arquivo Radamés Gnattali.

‘Não podia acreditar que aquilo estivesse acontecendo. Achava que ninguém me conhecia fora do Brasil. Estava enganado!’, comentaria Radamés, sobre a recepção dos artistas locais quando da sua chegada à Argentina, em março de 1941. Radamés fora convidado a participar do programa Hora do Brasil, da Rádio Municipal de Buenos Aires, em cadeia com a Rádio Nacional de Montevidéu. Ele e a família permaneceram um semestre na capital portenha. Durante esse tempo, sua música de concerto foi sempre acolhida com entusiasmo pela imprensa e músicos argentinos.
Foto: arquivo Radamés Gnattali

Elvira Rios, em visita ao Rio, uma das cantoras de música popular mais famosas do México, durante as décadas de 1940/50.
Foto: arquivo Radamés Gnattali

Foto: arquivo MIS
Radamés e o grupo vocal Os Cariocas, na Rádio Nacional, na década de 1950. A partir de Radamés, ao piano, vê-se Badeco (Emanoel Barbosa Furtado), Waldir Prado Viviani, Ismael Neto (irmão de Severino), Severino Filho e Quartera (Jorge Quartarone).

'Festival Radamés Gnattali' realizado na sede do Fluminense Football Club, em 1953, no Rio de Janeiro.
Foto: arquivo Radamés Gnattali

Uma antiga foto de jornal, única imagem de Radamés ao violão, constante em seu arquivo.
Recorte: arquivo Radamés Gnattali

Radamés, em sua ‘mesa de trabalho’. Não que dependesse do instrumento para escrever, apenas sentia-se completamente à vontade ali. Por isso, na estante do seu piano havia sempre um calhamaço de partituras que não diminuía nunca. Naquele estreito espaço coabitavam sinfonias e concertos, canções, música de câmara, rabiscos, rascunhos, recados, lembretes, agenda de compromissos, receita de remédio e, finalmente, os arranjos do dia por fazer. ‘O dia que não tiver mais nenhuma música pra escrever nessa estante, nesse dia eu vou morrer’, dizia.
Foto: arquivo Radamés Gnattali

'Festival Radamés Gnattali' realizado no Tijuca Tênis Club, no Rio de Janeiro, em 1953.
Foto: arquivo Radamés Gnattali

Foto: arquivo MIS
'Quando os maestros se encontram', programa que reunia os maiores regentes e arranjadores da Rádio Nacional. Nesta foto, vê-se alguns dos legendários arranjadores da Rádio Nacional: a partir da esquerda, Alexandre Gnattali, Romeu Ghipsman, Ércole Varetto, Radamés Gnattali e Léo Peracchi.

Em 1956, Radamés dedica a Jacob a suíte concertante Retratos, em 4 movimentos, para bandolim solista, cavaquinho, dois violões, pandeiro e orquestra de cordas. A obra é uma homenagem a 4 grandes mestres da música brasileira: Pixinguinha, Ernesto Nazareth, Anacleto de Medeiros e Chiquinha Gonzaga. A peça é gravada por Jacob, em 1964, na gravadora Columbia, com regência do autor.
Foto: arquivo Radamés Gnattali

Foto: arquivo MIS
1956. O maestro, violinista Romeu Ghipsman, representando os músicos da orquestra, amigos e colegas da Rádio Nacional, passa às mãos de Radamés o presente do seu 50º aniversário. O cinquentenário de Radamés e os 20 anos da Rádio Nacional, em 1956, são comemorados em noite de gala no auditório da emissora, com coquetel e a transmissão radiofônica de um concerto com composições e arranjos de Radamés, a cargo da Orquestra Brasileira, sob a regência de Léo Peracchi. Várias homenagens são prestadas a Radamés, como a dos músicos, funcionarios e diretores da Rádio Nacional, bem como da fábrica de discos Continental, do Tijuca Tênis Club. Uma placa de bronze é descerrada com a inscrição 'Estúdio Radamés Gnattali', que batiza o principal estúdio da emissora.

"Sexteto Radamés Gnattali" em 1959 - Radamés e Aida Gnattali (pianos), Zé Menezes (guitarra elétrica), Chiquinho (acordeom), Pedro Vidal Ramos (contrabaixo), Luciano Perrone (bateria).
História: liderado por Radamés, o sexteto foi fundado em 1955 na Rádio Nacional do Rio de Janeiro. Segundo Aída, quem nasceu primeiro foi o duo de pianos Radamés & Aída, em 1954, na Rádio Nacional. O sexteto veio em seguida, a partir da boa aceitação do duo por parte dos artistas e produtores da Rádio. Radamés se animou e adicionou o duo no quarteto instrumental que com ele já vinha atuando desde a gravadora Continental e na própria orquestra da Rádio Nacional. Em 1960, o Sexteto excursionou pela Europa apresentando-se, com retumbante sucesso, em Portugal, França, Itália e Inglaterra. Esta formação perdurou até 1965 quando, com a saída de Aída, o conjunto passou a se apresentar como quinteto. Em meados da década de 70, a convite de Radamés, o pianista Laércio de Freitas (o Tio) ingressou no grupo, voltando este, temporariamente, à sua formação original de Sexteto. Nesse período, Pedro Vidal Ramos, por motivo de saúde, foi substituído pelo contrabaixista Zeca Assumpção. Em 1985, o Quinteto Radamés apresentou-se pela última vez, na Sala Funarte Sidney Miller, no Rio de Janeiro, e, a seguir, na Sala Funarte de Brasília, após 30 anos de fecunda atividade.

Sexteto Radamés, em 1960, preparando-se para embarcar para a Europa. Ao piano, Radamés, líder e arranjador do conjunto; sua irmã Aída Gnattali (segundo piano), José Menezes (violão elétrico) e Edu da Gaita, em participação especial, como solista, nesta excursão. Ao fundo, da esquerda para a direita: Pedro Vidal (contrabaixo), Luciano Perrone (bateria) e Chiquinho do Acordeom. Na ponta, Luiz Bandeira, também convidado especial, como compositor e cantor. Não está na foto o teatrólogo Joraci Camargo (1898-1973), que acompanhou a caravana como roteirista e mestre de cerimônias. O autor da peça Deus lhe pague tinha a função de, durante os concertos, levar o ouvinte europeu a compreender certas características da música popular brasileira, sem didatismo, com textos interessantes e pontuais.
Foto: arquivo MIS-RJ.

Março de 1960. Embarque da III Caravana Oficial de Música Popular Brasileira para a Europa. Do alto da escada para baixo, vê-se: Chiquinho do Acordeom e esposa; Edu da Gaita e esposa; a pianista Aída Gnattali, Radamés e a esposa Vera; o compositor e cantor Luiz Bandeira; o contrabaixista Pedro Vidal (acenando); o violonista José Menezes; o baterista Luciano Perrone e o teatrólogo Joracy Camargo.

Dois anos depois de estreado no Rio de Janeiro, Edu da Gaita executa o Concertino nº 1 para harmônica de boca e orquestra, de Radamés Gnattali, em Portugal, no Theatro São Carlos de Lisboa, em 1960, como apresentação extra da III Caravana Oficial de Música Popular Brasileira, representada pelo Sexteto Radamés.
Foto: Arquivo MIS

Radamés, com o compositor e deputado Humberto Teixeira, autor da lei federal que instituiu, em 1958, as 'Caravanas artísticas de divulgação da música popular brasileira no exterior'. O Sexteto Radamés Gnattali, acrescido de Edu da Gaita e Luiz Bandeira, integraram a III Caravana Oficial de Música Popular Brasileira, embarcando para a Europa em 1960. O teatrólogo Joracy Camargo acompanhou o grupo, participando dos concertos como narrador e mestre de cerimônias.
Foto: arquivo MIS

Integrantes do Sexteto Radamés Gnattali passeando em Paris, durante turnê pela Europa, integrando da 'III Caravana Oficial de Música Popular Brasileira'.
Foto: arquivo Radamés Gnattali

No apartamento 1005 do Edifício Igrejinha, Av. Nossa Sra. de Copacabana, nº 1.277, onde residiu de 1949 a 1967.
Foto: arquivo Radamés Gnattali

Com o saxofonista Sandoval Dias, a quem Radamés dedicou a Brasiliana nº 7 para saxofone tenor e piano.
Foto: arquivo Radamés Gnattali

Radamés e sua irmã Aída Gnattali formaram um dos mais importantes duos pianísticos do Brasil, registrando, em programas de rádio e gravações de discos, um grande número de composições e arranjos de Radamés.
Foto: arquivo Radamés Gnattali

Aída Gnattali relembra: ‘Nós tocamos muito juntos, no Sexteto e em duo. Gravamos muitos programas na Rádio MEC, na Rádio Nacional, sem falar nas gravações de discos. Tinha que sair tudo de primeira, porque Radamés não gostava de ensaiar. Ele contava, ‘um, dois’ e não parava mais. Eu ficava tão nervosa (risos), o coração parecia saltar pela boca’.
Foto: arquivo Radamés Gnattali

Com a chegada de Pixinguinha, o maestro Radamés interrompe o ensaio da orquestra para abraçar o amigo, aniversariante, em seus 70 anos. Jacob do Bandolim observa a cena. Um trio de gigantes.
Foto: arquivo Radamés Gnattali

Concerto em comemoração aos 70 anos de Pixinguinha, em 1968, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, com arranjos e regência de Radamés Gnattali. Na foto, a partir da direita, Jacob do Bandolim, Radamés e Pixinguinha; de costas, Nelly Gnattali; de perfil, João da Baiana e músicos do conjunto Época de Ouro: Horondino Silva (Dino 7 cordas), Carlinhos e Cesar Faria.
Foto: arquivo MIS

Radamés com o violoncelista Iberê Gomes Grosso, a quem Radamés dedicou, praticamente, toda a sua obra escrita para violoncelo.
Foto: arquivo Radamés Gnattali

Em 1964, Radamés e Iberê, em duo de piano e violoncelo, apresentaram-se em Berlim, Roma, Tel-Aviv e Jerusalém.
Foto: arquivo Radamés Gnattali

Dedicatória: 'Ao maestro Radamés Gnattali, uma lembrança do grande concerto ao lado de Iberê Gomes Grosso, sob o patrocínio do Centro Cultural Pró Música. Juiz de Fora, 25/03/1972.
Concerto do duo Radamês Gnattali (piano) e Iberê Gomes Grosso (violoncelo), em Juiz de Fora (MG).

Radamés, com o pianista Roberto Szidon, durante a gravação de suas obras para piano solo, entre outras, a Rapsódia Brasileira, Valsas, Tocata, para a gravadora alemã Deutsche Grammophon, em 1978.

Em 1967, Radamés, viúvo, decide constituir nova família com Nelly Martins e Luiz Antonio, filho do primeiro casamento da atriz e cantora. Juntos também na música, Nelly retoma a carreira de pianista apresentando-se ao lado de Radamés em duo pianístico, de 1968 a 1978.
Foto: Joselito

Radamés não dava aulas, dizia que ‘não se pode ensinar alguém a ser músico’, e fim de papo. Por outro lado, os músicos que privaram de sua amizade são unânimes em reconhecer que aprenderam, e muito, com Radamés. Aos 79 anos, em depoimento gravado no Museu da Imagem e do Som, do Rio de Janeiro, Radamés faz uma declaração surpreendente: ‘Eu tinha vontade de ensinar o que aprendi (...) tenho muita experiência e gostaria de passar isso, mas não sei como’.
Foto: Lis Helena de C. Ferrete

Radamés e Dorival Caymmi durante a gravação do álbum 'Som, Imagem, Magia', elepê e livro lançado pela Fundação Emílio Odebrecht, em 1985.
Foto: Claus Meyer / Josemar Ferrari

Radamés, em casa, ensaiando com Dorival Caymmi as canções do elepê "Som, Imagem, Magia", de 1985.
Foto: Claus Meyer / Josemar Ferrari

Radamés e Elizeth Cardoso, em 1980, apresentando-se em turnê pelo Brasil, com Joel Nascimento e a Camerata Carioca, pelo Projeto Pixinguinha.
(foto: arquivo Funarte)

Foto: Toca Seabra
1985, Radamés e Tom gravam juntos, a dois pianos, o choro 'Meu amigo Radamés', de Tom Jobim.

Camerata Carioca em sua 1ª formação: Celso Silva, Mauricio Carrilho, Joel Nascimento, João Pedro Borges, Luciana Rabello e Raphael Rabelo.
Foto: arquivo Radamés Gnattali.
Foto: arquivo Funarte.

Radamés ladeado pelos músicos da Camerata Carioca. Em pé, a partir da esquerda, Luiz Otávio Braga (violão 7 cordas), Beto Cazes (percussão) e Henrique Cazes (cavaquinho). Sentados, Joel Nascimento (bandolim), João Pedro Borges (violão), Radamés Gnattali (piano e arranjos) e Mauricio Carrilho (violão).

Radamés Gnattali e Raphael Rabello, em concerto no Salão Leopoldo Miguez, da Escola de Música da UFRJ, na abertura do VII Panorama da Música Brasileira Atual, em 1984.
Foto: arquivo Radamés Gnattali

Primeira formação da Camerata Carioca: da esquerda para a direita, Celso Silva (pandeiro), Luciana Rabello (cavaquinho), João Pedro Borges (violão), Joel Nascimento (bandolim), Mauricio Carrilho (violão), Raphael Rabello (violão 7 cordas).
Foto: arquivo Radamés Gnattali

Foto-divulgação do concerto realizado em 1º de março de 1980, em comemoração ao aniversário da cidade do Rio de Janeiro, na escadaria da Câmara Municipal, na Cinelândia. Maria Lucia Godoy (soprano), maestro Radamés Gnattali, o bandolinista Joel Nascimento, músicos da Camerata Carioca, o músico Ari Sperling e a pianista Neuza Prado.
Foto: arquivo Funarte.

Radamés transcreveu o Concerto Grosso opus 3, nº 11 (Estro Armonico), de Vivaldi, para a Camerata Carioca, com cravo e solo de bandolim de Joel Nascimento, gravado no disco Vivaldi e Pixinguinha, em 1980. ‘Se Bach e Vivaldi tivessem conhecido o choro, teriam, com certeza, escrito para esta formação’, dizia Radamés.
Foto: arquivo Radamés Gnattali

Radamés e Bororó em visita ao centro de umbanda de Pai Jerônimo, onde recolheram pontos para a criação da cantata umbasdista "Maria Jesus dos Anjos", para coro, narrador e orquestra".
Foto: Sebastião Barbosa

Acordava com o dia amanhecendo e ecrevia música até o meio-dia. Inicava pela música de concerto, o que estivesse compondo: 'Se não saía nada, mudava de assunto e ia pros arranjos do dia. Nunca escrevi nada de tarde'. Fazia a sesta depois do almoço ouvindo, baixinho, a rádio Ministério da Educação. A tarde era reservada para ensaios, gravação de programas na Rádio MEC e, quando sobrava tempo, um chope com os amigos. À noite participava como pianista ou regente em programas da Rádio Nacional ou em concertos, como intérprete de suas próprias obras.
Foto: Wilton Montenegro

Foto da contracapa do LP Radamés Gnattali, produzido por J.C. Botezeli (Pelão) e patrocinado pela Rede Globo, em 1976, em comemoração aos 70 anos de Radamés, contendo a obra Maria Jesus dos Anjos - cantata umbandista, para orquestra, coro e narrador, com texto de Alberto de Castro Simoens da Silva (Bororó). Na foto, em primeiro plano, da esquerda para a direita, Radamés, pai Jerônimo e Bororó.
Foto: Sebastião Barbosa

Teatro Municipal do Rio de Janeiro: Radamés Gnattali recebe o Prêmio Shell de Música Erudita de 1983 e, entre outras obras, executa o seu Concerto nº 3 - Seresteiro para piano, Camerata Carioca e orquestra. ‘Não sei se vão gostar muito desse concerto com regional de choro, mas o prêmio é meu e eu toco a música que eu quiser, não é?’

Radamés regendo a Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, na noite em que foi homenageado com a entrega do Prêmio Shell de Música Brasileira de 1983.
Foto: arquivo Radamés Gnattali