Radamés, em sua ‘mesa de trabalho’. Não que dependesse do instrumento para escrever, apenas sentia-se completamente à vontade ali. Por isso, na estante do seu piano havia sempre um calhamaço de partituras que não diminuía nunca. Naquele estreito espaço coabitavam sinfonias e concertos, canções, música de câmara, rabiscos, rascunhos, recados, lembretes, agenda de compromissos, receita de remédio e, finalmente, os arranjos do dia por fazer. ‘O dia que não tiver mais nenhuma música pra escrever nessa estante, nesse dia eu vou morrer’, dizia.
Foto: arquivo Radamés Gnattali