
Alexandre e Adélia com os filhos, em 1914. A partir da esquerda, Radamés, o pai Alexandre (com Aída no colo, a mães Adélia e Ernani. Os filhos Alexandre e Maria Terezinha ainda não eram nascidos.

Uma foto da orquestra sinfônica da Sociedade Musical Porto-Alegrense, fundada por Alexandre Gnattali, sendo dirigida pelo grande maestro Francisco Braga, em visita à cidade de Porto Alegre, capital do estado do Rio grande do Sul, por volta de 1928. Estão na foto, além de Radamés (viola), membros da sua família, como sua prima e professora de violino Olga Fossati (spalla), o tio Camillo (viola), o primo Pascoal (violino) e seu pai, Alexandre (fagote).

Radamés e sua futura esposa, Vera Maria Bieri, gaúcha de São Leopoldo, pianista formada. Casaram-se em 1932 e tiveram dois filhos, Alexandre e Roberta.

Alexandre Gnattali, filho primogênito de Radamés e Vera, com Alessandro e Adélia, avós paternos e Bulungo, o papagaio da tia Aída, em Porto Alegre, 1937.

Início da década de 1940. O pai Alessandro, debilitado por grave enfermidade, abraça os filhos Radamés e Ernani.

Após a morte do marido, em 1942, a vida torna-se difícil em Porto Alegre. Adélia Fossati Gnattali, portadora de uma surdez progressiva e já bem adiantada, muda-se para o Rio de Janeiro com os filhos Alexandre, Aída e Maria Terezinha. Maria, a caçula, falece precocemente, em 1946, aos 20 anos, de septicemia. Aída desabafa: 'Maria tocava muito bem. Estudava piano o dia inteiro e tinha talento. Foi minha aluna em Porto Alegre, depois passou para o Tomás Terán, no Rio de Janeiro. Morreu tão jovem, tenho isso atravessado na garganta até hoje. Uma pena, mesmo'. A mãe Adélia viria a falecer em 1954.

Alexandre Gnattali Filho (1918-1990), maestro, compositor e arranjador, estudou piano com o pai e com a irmã Aída. Ainda em Porto Alegre, estudou harmonia com o maestro Roberto Eggers, da Rádio Gaúcha. No Rio de Janeiro estudou harmonia, contraponto e composição com Newton Pádua (1894-1966). Em 1943 mudou-se para o Rio e começou a trabalhar na Rádio Nacional, ao lado dos irmãos Radamés e Ernani. Ali permaneceu, como maestro e arranjador, até meados da década de 1960, quando foi contratado pela extinta TV Excelsior. Passou a colaborar com a gravadora CBS, onde trabalhou como arranjador e regente, até aposentar-se. Compôs diversas trilhas para cinema, teatro e televisão. Entre outras, dirigiu a montagem brasileira do musical americano My fair lady, em 1961, com Bibi Ferreira e Paulo Autran, e assinou a direção musical de diversos filmes, como Rio Zona Norte, de Nelson Pereira dos Santos.

Aída Gnattali nasceu em Porto Alegre, RS, em 08/10/1911, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, aos 97 anos, em 2008. Iniciou seus estudos de piano com a mãe, dona Adélia, e ingressou, aos 10 anos, na classe da professora Julieta Leão, no Conservatório da Escola de Belas Artes de Porto Alegre, formando-se em 1929. Abdicou da carreira de concertista para dedicar-se inteiramente à família, cuidando dos pais até o final de suas vidas. Exímia copista, revisou e copiou toda a obra de Radamés, popular e erudita, desde os tempos de juventude. Depois do falecimento da mãe, optou por morar sozinha, no mesmo apartamento conjugado da Rua Bolivar, em Copacabana (foto). Teve como companhias inseparáveis as músicas de Beethoven, Cláudio Arrau e Radamés. Entre 1954 e 1964 formou com o irmão o duo de pianos 'Radamés e Aída', e integrou o 'Sexteto Radamés Gnattali', como segundo piano, com ativa participação em concertos, programas da Rádio Nacional, Rádio MEC e gravações fonogfráficas.

Radamés, o irmão, maestro Alexandre Gnattali e esposa, a cantora Juanita Castillo (nome artístico de Clarisse Noronha Gnattali).